terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Arminho


(Mustela erminea)

Ágil e corajoso, bom nadador e trepador, o arminho é um pequeno carnívoro da nossa fauna, muito semelhante à doninha. Mas, ao contrário desta, a sua presença só foi confirmada em Portugal em 1985, ocorrendo a Norte do rio Douro.

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

O arminho é um pequeno carnívoro pertencente à Família dos Mustelídeos. É semelhante à doninha (Mustela nivalis), diferindo desta por ter uma cauda mais longa, pela sua extremidade ser negra e pela linha que separa o dorso castanho do ventre branco ser sempre rectilínea, ao contrário da doninha em que é irregular.

Tem corpo cilíndrico e alongado, patas curtas, pescoço longo, cabeça achatada e triangular e as suas orelhas são arredondadas. A pelagem de Verão é castanho arruivada no dorso e creme no ventre, enquanto que no Inverno é parcial ou totalmente branca, excepto a ponta da cauda (negra). Muda o pêlo na Primavera e no Outono.

O macho é maior do que a fêmea, variando o comprimento do corpo entre 16 e 31 cm e da cauda entre 9,5 e 14 cm. O peso varia entre 200 e 445 g. Na Península Ibérica o comprimento total parece variar entre os 10 e os 18 cm e o peso entre 130 e 200 g.

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA

Ocupa a maior parte da região Holárctica (Europa, metade Norte da Ásia e América do Norte) e em Portugal só foi encontrado pela primeira vez em 1985, no distrito de Vila Real. A sua distribuição no nosso país está restringida a Norte do rio Douro, estando descrita a sua presença no Parque Nacional da Peneda-Gerês, no Parque Natural de Montesinho e no Parque Natural do Alvão. A população existente em Portugal parece ser pouco abundante e a sua tendência populacional é desconhecida.

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

Em Portugal esta espécie tem o estatuto de insuficientemente conhecida (K), ou seja, há falta de informação sobre a espécie, e pertence ao Anexo III da convenção de Berna (espécie parcialmente protegida, sujeita a regulamentação especial).

FACTORES DE AMEAÇA

Devido ao valor da sua pele, a captura de indivíduos sempre foi o maior factor de ameaça desta espécie. Para além deste, no nosso país, a alteração e destruição do habitat, a desflorestação e exploração florestal e a escassez de informação biológica e ecológica são outros factores extremamente importantes.



HABITAT

Habita todo o tipo de biótopos com alguma cobertura vegetal, desde o litoral até à montanha. Vive em florestas e matos aluviais muito húmidos (próximo de charcos e pântanos), florestas mistas, zonas de vegetação ripícola e terrenos agrícolas. Utiliza abrigos em buracos de árvores, fendas de rochas e por vezes as tocas das suas presas (roedores). Está bem adaptado a zonas com neve e nas regiões alpinas vive acima do nível das árvores (até 3000m).

ALIMENTAÇÃO

O arminho é quase exclusivamente carnívoro, sendo especialista em pequenos mamíferos. Alimenta-se sobretudo de roedores, lagomorfos (coelho e lebre) e aves. As fêmeas alimentam-se de presas mais pequenas, principalmente ratos do campo. Os machos alimentam-se preferencialmente de pequenos coelhos, lebres, aves e pequenos roedores. Em climas mais severos, o arminho (especialmente as fêmeas), caça muitas vezes debaixo da neve e alimenta-se praticamente só de pequenos roedores e de lemingues.

REPRODUÇÃO

O acasalamento ocorre entre Maio e Junho. Possui ovo-implantação retardada, que ocorre 280 dias depois da fecundação. A gestação real dura 21 a 28 dias e os nascimentos ocorrem entre Abril e Maio. Tem apenas uma ninhada por ano, da qual nascem entre 4 e 8 crias. O desmame ocorre às 5 semanas e as crias tornam-se independentes com 12 semanas, altura em que apresentam o comportamento típico de predadores. As fêmeas são sexualmente maturas com 5 semanas e os machos quando atingem 1 ano de idade. Pode viver até aos 10 anos, mas a média situa-se no ano e meio.

MOVIMENTOS

Alterna períodos de actividade (normalmente 10 a 45 minutos) e de repouso, tanto de dia como de noite. Move-se rapidamente, investigando todos os buracos e fendas e frequentemente coloca-se em pé, utilizando as patas posteriores, para analisar o meio envolvente. Nada bem e facilmente trepa árvores até grandes alturas, onde procura ninhos de aves e de esquilos. As tocas costumam ser em buracos nas árvores e em fendas entre rochas.

Os territórios dos machos variam entre 0.04 e 2 Km2, mas normalmente situam-se entre os 0.1 e 0.4 km2. A distância percorrida por caçada varia entre 1.3 e 8 Km. Fora da época de reprodução, fêmeas e machos defendem territórios independentes, mas nessa época as primeiras são tipicamente territoriais, enquanto que os segundos são mais errantes, com o seu domínio vital atravessando os territórios de várias fêmeas.

CURIOSIDADES

O arminho é visto por muitos agricultores como um exterminador importante de ratos nas quintas e, realmente, alguns estudos indicam que esta espécie tem de facto um papel importante no controlo das populações de roedores da região boreal.

Neste mustelídeo ocorre um fenómeno bastante curioso: as fêmeas juvenis são fecundadas ainda antes do desmame (ou seja, ainda quando estão no ninho) e até ao final do Verão todas as fêmeas estão fecundadas.



LOCAIS FAVORÁVEIS DE OBSERVAÇÃO

É uma espécie pouco abundante no nosso país e com hábitos muito esquivos, o que faz com que seja dificilmente observável no seu meio natural. Os seus dejectos têm as extremidades espiraladas e medem 4 a 8 cm de comprimento e 0.5 cm de diâmetro. São geralmente depositados nos muros e pedras ao longo dos trilhos que usa.

In: Naturlink

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O porto de abrigo


É vendo e presenciando cenários como este que percebo o porqué de querer regressar quase desalmadamente a este que sera sempre para mim um porto de abrigo, o local onde o tempo parece parar e que nos proporciona momentos únicos e inesqueciveis...
Poderia viver sem volta e meia ir ao Gerês?Poderia...mas não seria de todo a mesma coisa.
Ontem foi um breve passeio de carro pela Mata de Albergaria e pela Barragem de Vilarinho das Furnas, ainda não foi uma bela caminhada pelas serras Geresianas, mas para lá caminho...aos poucos...vou voltar ao mais belo cantinho do Mundo...

Texto e Fotografia: David Gonçalves

terça-feira, 23 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Portela de Leonte – Prados do Mourô


4/4/2010

Para uma estreia nas caminhadas nocturnas não poderia ter outra escolha senão uma subida aos Prados do Mourô e assim foi…
Com o único objectivo de ver o nascer do sol nos Prados do Mourô, eu e mais uma vez Abel Vieira a acompanhar-me , lá saímos do conforto e do “quentinho” do carro para uma noite cerrada e muito fria na Portela de Leonte e rapidamente iniciamos a subida, auxiliados pelas luzes dos frontais aos poucos fomos nos embrenhando pela escura e misteriosa natureza.
À noite tudo ganha outro encanto, o som isolado de um Bufo e até o nosso fôlego ganhava outro destaque, os nossos olhos iam se habituando á escuridão e quase sem dar por isso sentimo-nos pertencer aquele meio e alheamo-nos do resto do mundo…
À medida que íamos subindo a luz do dia ia aparecendo e aos poucos revelava uma paisagem linda de deixar qualquer um sem palavras…As serras circundantes pintadas de branco, as nuvens abaixo de nós que pareciam um manto e o chilrear alegre dos pássaros que acordavam para um novo dia faziam nos esquecer do frio e com o passo bem mais certo e apressado lá chegámos aos prados do Mourô, igual a si próprio como que congelado no tempo mas desta vez rodeado por uma bela camada de neve…
Escolhemos o “poiso” para ver o nascer do sol e o resto do tempo foi aproveitado para descansar, tirar fotos a tudo que a nossa visão conseguia contemplar e esperar que o sol aparecesse trazendo a sua força e alegria…
Depois do nascer do sol seguiu-se o cafezinho quente que tão bem sabe nesses dias frios, mais uma voltinha nas imediações para ver a paisagem e o regresso á civilização descendo desta vez iluminados pela luz do sol da manhã e felizes com a alma leve…como é bom acordar para um novo dia no cantinho mais belo do Mundo…
















Texto: David Gonçalves
Fotografia: David Gonçalves / Abel Vieira

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Citação XI



Aqui fica esta citação final extraída do livro de Stewart Brand, Whole earth catalogue: “stay hungry, stay foolish”. Uma mensagem que apela para que seja curioso, que tenha fome de saber, que seja tolo... descubra as coisas como se fosse a primeira vez, questione, não tenha medo, a vida é uma grande estrada, faça o seu próprio caminho. Erre, aprenda, comece de novo e nunca desista...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A 4ª Maravilha do PNPG

O Pico da Nevosa



O Pico da Nevosa, com uma altitude de 1548 metros, é o 2º ponto mais alto de Portugal Continental e um dos locais mais bonitos do norte de Portugal no que diz respeito ao contacto com a natureza, a vista lá de cima é absolutamente arrebatadora o que torna este local único e de uma beleza singular...

Fotografia e Texto: David Gonçalves

Triste Constatação


Área ardida nas zonas protegidas subiu 60 por cento face à média registada em Portugal nos últimos cinco anos

20.09.2010
Mariana Oliveira


O ano ainda não terminou, mas já há um dado seguro a nível do balanço dos incêndios florestais: os fogos de 2010 foram particularmente penosos para as áreas protegidas.

Os últimos dados do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) mostram que até meados de Setembro arderam perto de 16 mil hectares nestas zonas classificadas. O valor significa um aumento de 60 por cento face à média dos últimos cinco anos, que incluiu a área ardida no total dos 12 meses. No único parque nacional do país, o da Peneda-Gerês, ardeu mais de 13 por cento da sua área total, incluindo um quarto da zona de protecção total, a área de maiores valores naturais.

O Parque Natural da Serra da Estrela também foi particularmente afectado, tendo este ano ardido 5,6 por cento da sua área, o que corresponde a 5.021 hectares (ha). Também aqui o fogo destruiu uma das áreas mais importantes do parque, a Reserva Biogenética, onde foram afectados 720 ha. O ICNB destaca a destruição de um ninho de falcão-peregrino, entre diversos habitats e espécies. Um núcleo de teixos, uma árvore resinosa que tem vindo a desaparecer, também foi consumido pelo fogo, que afectou igualmente a vegetação junto a diversas linhas de água.

Mesmo assim, o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) regista a maior área ardida dento das zonas protegidas: 9.193 hectares, que correspondem a 13,2 por cento da sua área total. O fogo que atingiu a Mata do Cabril, uma das três zonas de protecção total do parque, prolongou-se por 15 dias, tendo consumido 3.529 hectares. Mais de 270 hectares eram de carvalhal. "A área de maiores valores naturais (a zona de protecção total que é de 2797 hectares em todo o parque) teve um impacto de 26 por cento, correspondente, grosso modo, à área ardida na Mata do Cabril", nota o ICNB, numa avaliação dos fogos no PNPG.

"Divorciados" da população

Das restantes áreas protegidas, destaca-se o Parque Natural do Alvão, onde arderam 791 hectares, ou seja, 11 por cento do parque. Também o Douro Internacional e Montesinho foram afectados, ainda que de forma menos significativa.

Para Joaquim Sande Silva, da Liga para a Protecção da Natureza, os fogos nas área ardidas "são o resultado de um divórcio entre o ICNB e a população que reside nessas zonas". Sande Silva realça a falta de diálogo do instituto e aponta a falta de meios humanos no terreno como um problema. "No ICNB, há mais de 200 quadros superiores e pouco mais de cem vigilantes da natureza. Não faz sentido. É uma pirâmide virada ao contrário", sublinha o investigador. Por isso, nota, "há muito gente para planear e estudar e pouca no terreno, onde é possível mudar as coisas".

Sande Silva não se tente habilitado para avaliar se a alteração introduzida em 2007 na orgânica do ICNB, que determinou uma gestão regional das áreas protegidas (foram criados cinco departamentos encarregues, respectivamente, do Norte, das Zonas Húmidas, do Centro e Alto Alentejo, Litoral de Lisboa e Oeste e Sul) está a ter resultados negativos. Mas insiste que é preciso apostar numa política de proximidade, para que este modelo não contribui.

Falta de meios no terreno

Rita Calvário, deputada do Bloco de Esquerda e engenheira agrónoma, não tem dúvidas de que a mudança foi prejudicial. "O pretexto de uma maior eficiência de gestão apenas serviu para reduzir custos à conta de maiores debilidades de intervenção no terreno e contacto com as populações das áreas protegidas", sublinha num artigo de opinião publicado em www.esquerda.net. A engenheira realça ainda os problemas orçamentais do ICNB. "Com cortes de investimento superiores a 50 por cento nas áreas protegidas e uma redução de quase 20 por cento para o ICNB em 2007, desde então nunca se recuperaram os valores anteriores, já de si baixos. Ainda em 2010, o ICNB assistiu a um corte de mais 4 por cento em relação ao orçamentado no ano anterior", precisa a deputada do Bloco.

O resultado, diz, é a falta de meios no terreno. "Veja-se a situação do Parque Natural do Douro Internacional (85 mil ha) sem um único vigilante da natureza, do Tejo Internacional (26 mil ha) com apenas um vigilante, do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (75 mil ha) com dois, da Arrábida (11 mil ha) com quatro. Mas mesmo na Peneda-Gerês (70 mil ha), onde existem 23 vigilantes, a falta de verbas ditou que estes estivessem, até recentemente, sem viaturas para trabalhar durante mais de um ano", descreve.

In: Publico

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um domingo de manhã na Albergaria


Não há nada como matar saudades do mais belo cantinho do Mundo, com um curto mas muito saboreado passeio pela Mata da Albergaria num Domingo de Manhã com o Verão a despedir-se...

Fotografia: David Gonçalves

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Melro-d’água (Cinclus cinclus)



O dançarino mergulhador

Nas ribeiras torrentosas do norte e centro do país existe um passarinho gracioso e pouco conhecido por muitos ornitólogos – trata-se do melro-d’água. Este passeriforme, o único em toda a Europa que consegue mergulhar e nadar, é uma ave singular.

O melro-d’água é, sem dúvida, uma das espécies mais curiosas da avifauna portuguesa. Distribui-se sobretudo pelas terras altas do norte e do centro e, embora não possa ser
considerado raro, é geralmente pouco abundante e com uma distribuição bastante fragmentada.

O habitat do melro-d’água é muito característico: consiste, principalmente, em cursos de água de caudal razoavelmente rápido e águas límpidas, com rápidos ou pequenas cascatas.
A Serra da Estrela, devido à disponibilidade de habitat favorável, é uma das zonas onde o melro-d’água é mais abundante e, consequentemente, mais fácil de encontrar. Nesta serra, pode ser visto, por exemplo, ao longo do vale glaciar do Rio Zêzere e no Covão da Ametade; ocorre igualmente ao longo do Rio Alva, perto do Sabugueiro e ainda nalgumas represas acima dos 1600m de altitude. Nesta serra, também é frequente em levadas de água criadas para produção de energia eléctrica. Outras serras do norte onde a espécie se encontra razoavelmente bem distribuída são: o Gerês, a Peneda, a Nogueira e Montesinho.

Um comportamento invulgar

O melro-de-água gosta de pousar nas pedras junto aos cursos de água, enquanto procura a sua presa. Muitas vezes pode ser visto a “dançar” sobre as pedras, antes de mergulhar. Quando finalmente mergulha, nada velozmente, por vezes dando um autêntico “show” para quem o esteja a observar. Consegue mesmo caminhar sobre o fundo dos ribeiros. É uma espécie que está bem preparada para o Inverno e, nas zonas mais frias, pode usar o gelo como poiso antes de mergulhar nas águas gélidas. Durante os meses de Verão, quando os cursos de água que frequenta podem secar, é ocasionalmente observado a pescar nos pegos.

Alimenta-se predominantemente de macro-invertebrados existentes no leito dos rios, mas pode também consumir pequenos peixes.

Durante a época de cria o melro-d’água é uma ave fortemente territorial. Cada casal defende um território que se estende de forma mais ou menos linear ao longo de um curso de água. No continente europeu, as densidades de aves nos cursos de água com características mais favoráveis variam entre 1 e 20 casais / 10km, em função da disponibilidade de recursos alimentares e da existência de locais de nidificação.

A época de reprodução do melro-d’água tem início bastante cedo, podendo observar-se o comportamento de estabelecimento de território em finais de Fevereiro e havendo ninhos ocupados em meados de Março.

O seu ninho, feito de ervas e musgos, é construído numa cavidade, geralmente por trás de cascatas, em taludes e em gretas de rochas, mas também em construções, como levadas, túneis de saída de água, a estrutura de uma represa ou mesmo uma ponte.


Um ecossistema sensível

Devido à especificidade do seu habitat e à elevada sensibilidade do meio aquático, o melro-d’água é muito sensível à transformação das condições ambientais. Em vários países europeus, tem sido constatado o seu declínio em diversas zonas, devido à acidificação dos cursos de água, exacerbada por uma florestação excessiva dos terrenos circundantes com resinosas – estes factores provocam uma diminuição do número de invertebrados disponíveis para esta espécie e uma redução do cálcio nas fêmeas antes da postura.

Noutros países, a poluição industrial também tem sido apontada como factor de ameaça. Adicionalmente, os planos de irrigação e os empreendimentos hidro-eléctricos, ao provocarem uma redução dos caudais nos cursos de água mais favoráveis, também poderão ser responsáveis pelas regressões verificadas nos países do sul da Europa. No caso de Espanha, a contaminação e a alteração das zonas ocupadas por esta espécie também é apontada como sendo a principal causa de regressão do melro-d’água e do seu desaparecimento de muitos cursos de água.

Em Portugal não se conhecem estudos abrangentes sobre a situação desta espécie. Contudo, sabe-se que, na primeira metade do séc. XX, o melro-d’água ocorria nas imediações do Porto, nomeadamente nos rios Ferreira, Sousa e Ave, onde actualmente parece não ocorrer, possivelmente devido à crescente poluição que afecta estas zonas. Também no Parque Nacional da Peneda-Gerês tem vindo a regredir, devido à construção de barragens, à poluição de cursos de água e à destruição do coberto vegetal das margens.

Gonçalo Elias
QUERCUS Ambiente nº. 14 (Maio/Junho de 2005)


Imagens: percursos.webcomfort.org
quercus.pt

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Citação X


"Todos precisam de beleza assim como de pão; de lugares onde se divertir, onde a Natureza possa curar, encorajar e fortalecer tanto o corpo quanto a alma."

(John Muir, em The Yosemite, 1912)
Fotografia: David Gonçalves

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Gerês23 - 1 ano


Faz hoje um ano de existência este meu blogue dedicado ao Parque Nacional Peneda-Gerês...espero que seja o 1º de muitos e que as ecxelentes caminhadas que este ano fiz se multipliquem por muitas mais nos anos vindouros.
Um agradecimento especial a todos aqueles que me acompanharam por esses montes durante este ano e o desejo de vos voltar a ter como companhia muito em breve naquele que é cada vez mais o cantinho mais belo do mundo...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Memórias de uma chegada a Carris

Nem o cansaço acumulado depois de uma dura subida num dia de muito calor apaga a boa disposição e alegria de estar num local tão mágico como é Carris...São memórias que jamais esquecerei...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

VERGONHOSO!!! Chamas atingem Mata do Cabril no Gerês


Um incêndio lavra desde esta manhã na Mata do Cabril, uma das áreas protegidas do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Miguel Dantas da Gama, da direcção do Fundo para Protecção dos Animais Selvagens (FAPAS), lamenta a falta de prevenção de fogos naquela zona do país.

O fogo começou esta sexta-feira, pouco passava das 08h30, na Mata do Cabril, Serra Amarela, uma das zonas protegidas do parque da Peneda-Gerês. Para o local já foram mobilizados, segundo dados da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), 25 bombeiros, auxiliados por cinco viaturas e duas aeronaves espanholas.

Miguel Dantas da Gama defende que o fogo, que arde numa das “melhores zonas que existem no parque, em termos de flora e fauna”, poderia ter sido evitado caso se tivessem tomado medidas preventivas.

“O fogo teve início em Vilarinho de Furnas, atravessou a Serra Amarela e está agora na Mata do Cabril. Isto teria sido evitado, se as autoridades competentes tivessem tomado medidas a tempo e horas”, indica o responsável do FAPAS, sublinhando que “deviam ter sido accionadas forças do Exército para desbastar a mata antes que isto acontecesse”.

Segundo Lagido Domingues, director do Parque Nacional da Peneda-Gerês, "as forças especiais de combate têm feito um trabalho notável e barraram ontem a zona principal do incêndio", na Serra Amarela.

O responsável pela reserva natural avança que já foram pedidos reforços para combater o novo foco de incêndio que deflagrou ao início da manhã numa zona de difícil acesso.

Lagido Domingos acrescenta ainda que, recentemente, o parque procedeu a uma acção de prevenção que consistiu na remoção de terra vegetal, até chegar à terra mineral, para evitar a propagação de incêndios.

In: Publico
Foto: PND

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Incendio em Muro - Serra Amarela :Ponto da situação



http://tv1.rtp.pt/noticias/?headline=46&visual=9&tm=8&t=Lagido-Domingues-incendio-em-Vilarinho-esta-controlado-situacao-na-Serra-Amarela-mais-preocupante.rtp&article=366443

Lágido Domingues: incêndio em Vilarinho está controlado; situação na Serra Amarela mais preocupante

Lágido Domingues, Director do Parque Nacional Peneda-Gerês, afirma que o incêndio em Vilarinho está praticamente extinto e a situação está controlada. Em relação à ocorrência na Serra Amarela, a situação está a evoluir favoravelmente, mas ainda tem uma frente considerável.

Fonte: Antena 1
foto tvi 24

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

PC Vidoeiro – Curral Lomba do Vidoeiro – Curral Carvalha das Éguas



28/03/2010

Este trilho realizado a um domingo á tarde, foi feito com intuito de percorrer o trilho dos Currais, achando que iamos fazer uma caminhada leve e relaxante.
Começando a partir do Parque de Campismo do Vidoeiro, começamos desde logo a perceber que aquela subida ingreme não tinha nada de leve e muito menos de relaxante...Apesar da dificuldade da subida iamos nos embrenhando num belo cenário com muitas árvores e muito verde que “quase” nos faziam esquecer o suor que nos escorria pela cabeça abaixo.Finalmente chegados ao fim de tão ingreme subida deparamo-nos com o Curral da lomba do Vidoeiro e as suas muitas mariolas, um local sem dúvida muito peculiar pela quantidade e diversidade de Mariolas na área envolvente.Daí o trilho torna se muito mais fácil e rapidamente se chega ao Curral da Carvalha das Éguas onde fizemos uma pausa para o merecido lanche e descanso.
Pela falta de tempo resolvemos voltar para trás, mas ficando a promessa de voltar em breve, para desta vez e com mais algum tempo poder perfazer na totalidade o Trilho dos Currais.
Assim se passou o 1º Domingo de Primavera de 2010 no cantinho mais belo do Mundo...











Texto e Fotografia: David Gonçalves

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Citação IX


“Mas se querem ver uma serra bem serrana em que a beleza se desprende apenas dos panoramas que se rasgam desde alterosos balcões de rocha sobre os vales e as fitas de prata dos rios, coleando nos abismos; da abundância tumultosa da frescura das águas, palrando em jorros e cascatas nos declives abruptos; do silvestre e bucólico das matas, em que predomina o carvalho-roble, o pinheiro manso e a urze em flor; da fauna brava onde se contam, embora rareando, a corça, a cabra selvagem, o javali, o lobo e a águia, e onde o próprio habitante, longe de afeiçoar a serra, é moldado por ela a ponto de tornar-se uma rude e vigorosa imagem de humanidade pré-histórica, então venham à Serra do Gerês penetrar-se da sua essência primitiva e cândida.

Jaime Cortesão

domingo, 18 de julho de 2010

Parque Nacional Isla Contoy (Mexico)

Estando tão longe do meu cantinho preferido do Mundo não pude deixar de visitar outros cantinhos bem interessantes, este fica "perdido" entre o Golfo do Mexico e o Mar das Caraíbas, o Parque Nacional Isla Contoy ou "ilha dos pássaros" foi o 1º Parque Nacional do Mexico, criado em 1981.Este fantástico lugar não apagou a saudade do "meu" Gerês, mas deixou uma bela recordação que para sempre iriei lembrar.


Fotografia:Sandra Macedo

quarta-feira, 7 de julho de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O toirão (Mustela putorius)


O toirão é um pequeno e belo carnívoro de hábitos discretos e que se distribui por todo o território continental. Aparentado com o furão, a sua situação populacional é mal conhecida, sendo aparentemente pouco comum.

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

O toirão (Mustela putorius) é um pequeno carnívoro pertencente à Família dos Mustelídeos. Tem o corpo alongado e cilíndrico e patas relativamente curtas. A cabeça é pequena e achatada e as suas orelhas são pequenas e arredondadas. A característica morfológica que mais facilmente permite a sua identificação é a sua pelagem. O dorso é castanho escuro, os flancos são claros, o ventre quase negro e a cauda é escura. Possui uma mancha branca à volta da boca e queixo e outra entre os olhos e as orelhas, que têm também a extremidade branca. Para além disto a pelagem é lisa, densa e sedosa, sendo a cauda tufada.
Os machos são bastante maiores que as fêmeas (comprimento do corpo varia entre 30.5 a 46 cm nos machos e entre 29 a 35.5 cm nas fêmeas; a cauda mede em média 14 cm nos primeiros e 12.5 cm nas segundas) e normalmente pesam o dobro destas (machos pesam entre 502 a 1522 g e as fêmeas entre 442 e 800 g).

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA

Ocorre em toda a Europa excepto na Península Balcânica, nas ilhas mediterrânicas, Irlanda e Islândia. Na Escandinávia existe apenas no sul e na Grã-Bretanha ocorre apenas no País de Gales. Em Portugal ocorre em todo o território continental e a sua presença está descrita em praticamente todas as áreas protegidas. Nos Açores e Madeira foi introduzida a sua forma domesticada (furão).
A população existente em Portugal parece ser pouco abundante e a sua tendência populacional é desconhecida.

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

Em Portugal tem o estatuto de insuficientemente conhecida (K), ou seja, há falta de informação sobre a espécie. Pertence ao Anexo III da convenção de Berna (espécie parcialmente protegida, sujeita a regulamentação especial) e à Directiva Aves/Habitats (DL 140/99 de 24 de Abril) (anexo B V).

FACTORES DE AMEAÇA

Os principais factores de ameaça no nosso país para esta espécie são a alteração e destruição do habitat (principalmente a drenagem de zonas húmidas), os atropelamentos devido ao tráfego rodoviário, o controlo de predadores e a hibridação com o furão.
A caça furtiva deste animal devido ao valor da sua pele também é outro aspecto preocupante. Em Portugal a venda de peles de toirão não é muito comum, mas na Grã-Bretanha continuam a entrar por ano milhares de peles deste animal.

HABITAT

Tem preferência por zonas húmidas, explorando especialmente o interface terra/água, mas pode frequentar qualquer tipo de habitat que possua as suas presas. A utilização do meio varia essencialmente em função da densidade destas últimas.
Pode escavar o seu próprio abrigo, mas também pode usar antigas tocas de coelho, de raposa ou mesmo de texugo. Também pode refugiar-se em fendas entre rochas. As tocas têm pelo menos uma câmara de dormida e outra de armazenamento de alimento.


ALIMENTAÇÃO

É um predador generalista, mas a sua dieta é claramente carnívora, sendo quase insignificante o consumo de vegetais e de frutos. A essência do seu regime alimentar são os roedores e os lagomorfos (lebre e coelho), tendo como presas secundárias pequenas aves, anfíbios e peixes.
Constitui reservas de alimento quando captura mais presas do que aquelas que necessita para consumo imediato.

REPRODUÇÃO

O cio e o acasalamento verificam-se entre Março e Abril, mas este período pode alterar consoante o clima e a latitude. Os machos são poligâmicos e cobrem todas as fêmeas que os aceitam. Ao contrário de muitos outros mustelídeos, não possui ovo-implantação retardada (ver ficha de texugo). A gestação dura 41 a 42 dias e os partos ocorrem entre Abril e Junho. Podem nascer entre 1 e 12 crias, mas geralmente nascem entre 3 e 7. O desmame verifica-se no final do primeiro mês e tornam-se independentes aos 3 meses.
As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 10 meses e os machos entre os 10 e os 11. Pode viver até aos 14 anos em cativeiro, mas em liberdade não ultrapassa usualmente os 5 anos.

MOVIMENTOS

É um animal solitário com comportamento claramente territorial. A sua actividade é principalmente nocturna e crepuscular, podendo deslocar-se 7.5 Km por noite. Há, no entanto, muitos registos de toirões activos durante o dia, especialmente no Outono e Inverno em climas frios. Quando possui uma fonte abundante de alimento pode ficar a descansar por longos períodos na sua toca.


CURIOSIDADES

O furão (que é utilizado na caça ao coelho) é considerada a forma domesticada do toirão, mas actualmente há alguma controvérsia se será esta a sua origem. Não se tem a certeza se este animal teve origem no toirão ou no toirão-das-estepes (Mustela eversmanni). Os híbridos de furão e toirão são indistinguíveis a partir das suas características externas.
Um facto interessante é que o toirão costuma fazer reservas de rãs no Inverno. Morde-lhes na base do crânio de maneira a que fiquem paralisadas, mas não morram. Assim, consegue mantê-las frescas por longos períodos.
Uma outra curiosidade é que contrariamente à crença popular e ao que muitos textos antigos dizem, o toirão não sangra as suas presas.

LOCAIS FAVORÁVEIS DE OBSERVAÇÃO

É uma espécie dificilmente observável no seu habitat natural devido à sua discrição. No entanto, não é raro encontrar-se indivíduos atropelados em estradas próximo de cursos de água. Possui 5 dedos em cada pata, mas por vezes, só aparecem 4 dedos nas pegadas. Estas medem entre 3 e 3.5 cm de comprimento e 2.4 a 4 cm de largura. Os seus dejectos medem 6 a 8 cm de comprimento e menos de 1 cm de largura. São um pouco mais pequenos que os de marta e fuinha e têm um odor nauseabundo bastante pronunciado. São torcidos e afiados numa das extremidades e normalmente constituídos por pêlos, penas e ossos. Podem ser também viscosos e disformes caso o animal se tenha alimentado de peixe.

In: www.naturlink.sapo.pt
Imagens: carnivora.fc.ul.pt / arcadenoe.sapo.pt

segunda-feira, 28 de junho de 2010

"Ponte do Diabo" na Ponte da Misarela


Este espectáculo contará não só com a animação nocturna como também animação musical e dramática nos restaurantes que estarão distribuídos pelo espaço assim como tascas, e animação diurna durante toda a tarde a partir das 16h onde poderá benzer a barriga, confessar-se ao Padre que conseguiu enganar o Diabo e não só...
Numa parceria entre o Município de Vieira do Minho, Município de Montalegre, Junta de Freguesia de Ferral e Junta de Freguesia de Ruivães , sob a supervisão artística do Centro de Criatividade, criou-se um espectáculo que promete ser uma viagem a um mundo místico, o Mundo da Misarela.

Entre Espíritos e o Diabo, Padrinhos e Afilhados ainda por nascer e Almas em dívida para com o Príncipe das Trevas, estará o magnífico cenário envolvente à Ponte da Misarela. Tal acontecerá no próximo dia 3 de Julho dia em que, por razões que só o além conhece, todos os espíritos resolvem encontrar-se na Ponte do Diabo. Contudo o cenário e a mística da Ponte mudou, transformou-se. A razão? Poderá descobri-la neste espectáculo que acontecerá na Misarela pelas 21h00 do tal dia 03-07 (juntos os números da perfeição...)

In:www.cm-vminho.pt