sexta-feira, 15 de abril de 2011
Falcão-Peregrino
Falco peregrinus
O falcão-peregrino (Falco peregrinus) é uma ave de rapina diurna de médio porte que pode ser encontrada em todos os continentes excepto na Antártida. A espécie prefere habitats em zonas montanhosas ou costeiras, mas pode também ser encontrado em grandes cidades como Nova Iorque. Na América do Sul, ele só surge como espécie migratória, não nidificando aqui. Como ave reprodutora, é substituído na América do Sul por uma espécie similar e um pouco menor, o falcão-de-peito-laranja.
O falcão-peregrino mede entre 38 e 53 cm de comprimento, com uma envergadura de asas de 89–119 cm e peso de 0,6-1,5 kg, sendo as fêmeas maiores e mais pesadas que os machos e constituindo este o único dimorfismo sexual. A sua plumagem é característica, em tons de cinzento-azulado no dorso e asas; cabeça preta-cinza com "bigode" escuro e queixo branco; bico escuro com base amarela; patas amarelas com garras pretas riscada de negro na zona ventral. Os olhos são negros com anel amarelo e relativamente grandes. As asas são afiladas e longas.
O falcão-peregrino é um caçador solitário que ataca outras aves, em geral pombos ou pássaros, que derruba com as garras em voo picado e mata com o bico. É o animal mais rápido do mundo, com velocidade de mergulho que chega a atingir 320 km/h.[1] Graças à sua eficiência enquanto predador, é um dos animais preferidos na arte da falcoaria. O falcão-peregrino é muita vezes vítima de outras aves de rapina que roubam as suas presas, à semelhança dos leopardos, que muitas vezes vêem a sua refeição assaltada por hienas. Como predador solitário, o falcão não pode arriscar morrer de inanição por ferimentos obtidos numa luta por uma presa já abatida.
Como ave que freqüenta ambientes urbanos atrás de presas como os pombos, o falcão-peregrino às vezes não pode consumir as aves que abate por conta do tráfego de pessoas e viaturas; em Santos, no litoral paulista, é comum achar pombos mortos abatidos por falcões-peregrinos migratórios (Falco peregrinus tundrius) e abandonados na via pública. Note-se também que, no que diz respeito à escolha de suas presas, o falcão-peregrino é oportunista, caçando quaisquer aves presentes na sua área de ocorrência: nos manguezais de Cubatão, por exemplo, caça inclusive exemplares juvenis de guará (Eudocinus ruber).
Reprodução
Na época de reprodução, uma vez por ano, põe três ou quatro ovos num penhasco, directamente sobre o solo, sem fazer ninho. Os ovos são incubados pelo casal de pais ao longo de cerca de um mês.
O falcão-peregrino é muito sensível ao envenenamento com inseticidas organoclorados como o DDT, com os quais entra em contacto através da gordura de suas presas, e que provocam enfraquecimento da casca de seus ovos e esterilidade. O uso do DDT afectou gravemente as populações residentes na Europa ocidental e América do Norte durante as décadas de 1950 e 1960. A situação foi invertida com o banimento destes compostos das práticas agrícolas e pela liberação na natureza de indivíduos criados em cativeiro. Segundo Helmut Sick, este esforço de recuperação por liberação de animais criados em cativeiro (alguns mestiços de subespécies diferentes) reduziu a intensidade da migração de falcões do leste da América do Norte para o Brasil, já que parte das populações recuperadas perdeu o hábito migratório. Os falcões-peregrinos presentes no Brasil entre outubro e abril, durante o inverno boreal, pertencem à subespécie F. p. tundrius, mais ártica; outra subespécie norte-americana, F. p. anatum, é residente, não migrando para a América do Sul.
Identificação
O falcão-peregrino é o maior falcão que ocorre em Portugal. Caracteriza-se pelas suas asas largas, pela
cauda curta e pelo barrete escuro. Se observado a pequena distância, são visíveis as patas amarelas, as
barras transversais finas (no adulto) e o espesso “bigode”.
Abundância e calendário
De uma forma geral este falcão é pouco comum, embora seja
relativamente regular na maioria dos locais onde ocorre. Frequenta
sobretudo zonas rochosas, onde constrói o seu ninho, mas no
Outono e no Inverno também pode ser observado a caçar em meio
urbano ou em zonas húmidas costeiras. Está presente em Portugal
durante todo o ano.
Em Porugal
Os melhores locais para observação deste falcão situam-se ao longo da costa rochosa e, muito
localmente, no interior.
Entre Douro e Minho – nidifica na serra da Peneda, que é o seu principal local de ocorrência na região; durante o Inverno surge por vezes no estuário do Minho.
Trás-os-Montes – o melhor local para observar esta espécie é, sem dúvida, o Douro
Internacional, nomeadamente na zona do Penedo Durão.
Litoral centro – Pode ser visto habitualmente no arquipélago das Berlengas, onde nidifica um casal, bem como no cabo Carvoeiro.
Beira interior – raro nesta região, pode ser observado com regularidade na Serra da Estrela e, por vezes, junto à barragem de Santa Luzia.
Lisboa e Vale do Tejo – pode ser visto no cabo da Roca, na zona de Cascais, no cabo Espichel, na serra da Arrábida e no Agroal (Tomar). Também aparece junto à Ponte 25 de Abril e na margem sul da mesma, junto ao Cristo-Rei. Fora da época reprodutora,este falcão aparece regularmente no Parque do Tejo e nas lezírias da Ponta da Erva.
Alentejo – O cabo Sardão é um dos melhores locais para observar o falcão-peregrino nesta região, mas durante o Inverno aparece por vezes no estuário do Sado e a lagoa de Santo André.
Algarve – A Ponta da Piedade e o cabo de São Vicente são os dois locais mais favoráveis à observação desta espécie.
Video
In: www.avesdeportugal.info
www.wikipedia.pt
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