Fotografia:Sandra Macedo
domingo, 18 de julho de 2010
Parque Nacional Isla Contoy (Mexico)
Estando tão longe do meu cantinho preferido do Mundo não pude deixar de visitar outros cantinhos bem interessantes, este fica "perdido" entre o Golfo do Mexico e o Mar das Caraíbas, o Parque Nacional Isla Contoy ou "ilha dos pássaros" foi o 1º Parque Nacional do Mexico, criado em 1981.Este fantástico lugar não apagou a saudade do "meu" Gerês, mas deixou uma bela recordação que para sempre iriei lembrar.

Fotografia:Sandra Macedo
Fotografia:Sandra Macedo
quarta-feira, 7 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
O toirão (Mustela putorius)

O toirão é um pequeno e belo carnívoro de hábitos discretos e que se distribui por todo o território continental. Aparentado com o furão, a sua situação populacional é mal conhecida, sendo aparentemente pouco comum.
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
O toirão (Mustela putorius) é um pequeno carnívoro pertencente à Família dos Mustelídeos. Tem o corpo alongado e cilíndrico e patas relativamente curtas. A cabeça é pequena e achatada e as suas orelhas são pequenas e arredondadas. A característica morfológica que mais facilmente permite a sua identificação é a sua pelagem. O dorso é castanho escuro, os flancos são claros, o ventre quase negro e a cauda é escura. Possui uma mancha branca à volta da boca e queixo e outra entre os olhos e as orelhas, que têm também a extremidade branca. Para além disto a pelagem é lisa, densa e sedosa, sendo a cauda tufada.
Os machos são bastante maiores que as fêmeas (comprimento do corpo varia entre 30.5 a 46 cm nos machos e entre 29 a 35.5 cm nas fêmeas; a cauda mede em média 14 cm nos primeiros e 12.5 cm nas segundas) e normalmente pesam o dobro destas (machos pesam entre 502 a 1522 g e as fêmeas entre 442 e 800 g).

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
Ocorre em toda a Europa excepto na Península Balcânica, nas ilhas mediterrânicas, Irlanda e Islândia. Na Escandinávia existe apenas no sul e na Grã-Bretanha ocorre apenas no País de Gales. Em Portugal ocorre em todo o território continental e a sua presença está descrita em praticamente todas as áreas protegidas. Nos Açores e Madeira foi introduzida a sua forma domesticada (furão).
A população existente em Portugal parece ser pouco abundante e a sua tendência populacional é desconhecida.
ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO
Em Portugal tem o estatuto de insuficientemente conhecida (K), ou seja, há falta de informação sobre a espécie. Pertence ao Anexo III da convenção de Berna (espécie parcialmente protegida, sujeita a regulamentação especial) e à Directiva Aves/Habitats (DL 140/99 de 24 de Abril) (anexo B V).
FACTORES DE AMEAÇA
Os principais factores de ameaça no nosso país para esta espécie são a alteração e destruição do habitat (principalmente a drenagem de zonas húmidas), os atropelamentos devido ao tráfego rodoviário, o controlo de predadores e a hibridação com o furão.
A caça furtiva deste animal devido ao valor da sua pele também é outro aspecto preocupante. Em Portugal a venda de peles de toirão não é muito comum, mas na Grã-Bretanha continuam a entrar por ano milhares de peles deste animal.
HABITAT
Tem preferência por zonas húmidas, explorando especialmente o interface terra/água, mas pode frequentar qualquer tipo de habitat que possua as suas presas. A utilização do meio varia essencialmente em função da densidade destas últimas.
Pode escavar o seu próprio abrigo, mas também pode usar antigas tocas de coelho, de raposa ou mesmo de texugo. Também pode refugiar-se em fendas entre rochas. As tocas têm pelo menos uma câmara de dormida e outra de armazenamento de alimento.
ALIMENTAÇÃO
É um predador generalista, mas a sua dieta é claramente carnívora, sendo quase insignificante o consumo de vegetais e de frutos. A essência do seu regime alimentar são os roedores e os lagomorfos (lebre e coelho), tendo como presas secundárias pequenas aves, anfíbios e peixes.
Constitui reservas de alimento quando captura mais presas do que aquelas que necessita para consumo imediato.
REPRODUÇÃO
O cio e o acasalamento verificam-se entre Março e Abril, mas este período pode alterar consoante o clima e a latitude. Os machos são poligâmicos e cobrem todas as fêmeas que os aceitam. Ao contrário de muitos outros mustelídeos, não possui ovo-implantação retardada (ver ficha de texugo). A gestação dura 41 a 42 dias e os partos ocorrem entre Abril e Junho. Podem nascer entre 1 e 12 crias, mas geralmente nascem entre 3 e 7. O desmame verifica-se no final do primeiro mês e tornam-se independentes aos 3 meses.
As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 10 meses e os machos entre os 10 e os 11. Pode viver até aos 14 anos em cativeiro, mas em liberdade não ultrapassa usualmente os 5 anos.
MOVIMENTOS
É um animal solitário com comportamento claramente territorial. A sua actividade é principalmente nocturna e crepuscular, podendo deslocar-se 7.5 Km por noite. Há, no entanto, muitos registos de toirões activos durante o dia, especialmente no Outono e Inverno em climas frios. Quando possui uma fonte abundante de alimento pode ficar a descansar por longos períodos na sua toca.

CURIOSIDADES
O furão (que é utilizado na caça ao coelho) é considerada a forma domesticada do toirão, mas actualmente há alguma controvérsia se será esta a sua origem. Não se tem a certeza se este animal teve origem no toirão ou no toirão-das-estepes (Mustela eversmanni). Os híbridos de furão e toirão são indistinguíveis a partir das suas características externas.
Um facto interessante é que o toirão costuma fazer reservas de rãs no Inverno. Morde-lhes na base do crânio de maneira a que fiquem paralisadas, mas não morram. Assim, consegue mantê-las frescas por longos períodos.
Uma outra curiosidade é que contrariamente à crença popular e ao que muitos textos antigos dizem, o toirão não sangra as suas presas.
LOCAIS FAVORÁVEIS DE OBSERVAÇÃO
É uma espécie dificilmente observável no seu habitat natural devido à sua discrição. No entanto, não é raro encontrar-se indivíduos atropelados em estradas próximo de cursos de água. Possui 5 dedos em cada pata, mas por vezes, só aparecem 4 dedos nas pegadas. Estas medem entre 3 e 3.5 cm de comprimento e 2.4 a 4 cm de largura. Os seus dejectos medem 6 a 8 cm de comprimento e menos de 1 cm de largura. São um pouco mais pequenos que os de marta e fuinha e têm um odor nauseabundo bastante pronunciado. São torcidos e afiados numa das extremidades e normalmente constituídos por pêlos, penas e ossos. Podem ser também viscosos e disformes caso o animal se tenha alimentado de peixe.
In: www.naturlink.sapo.pt
Imagens: carnivora.fc.ul.pt / arcadenoe.sapo.pt
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